O tempo passa despercebidamente, e cada vez mais tu foges, tu foges de si, dos teus sonhos, do teu reflexo. O teu medo faz com que tu te afastes e você ainda prefere viver como um foragido à encarar o próprio olhar.

Erguem as vozes da minh’alma
Ao ver-te o céu rasgar
Corpo celeste, meu clarão
Desejo frequente, de toda escuridão passageira
Enche-me com tua luz viva
Que seja breve
Mas que tu nasças a cada crepúsculo
Que te contemplarei sem escrúpulo


É impressionante como a vida encontra maneiras de nos mostrar o rumo da nossa história, e não, nós não podemos evitar. Ela me proporcionou um espetáculo que provou que a minha realização vital é a arte, levando-me a refletir. Eu existo porque a arte vive e rege meus dias. O prazer propiciado pelo soar de um aplauso é colossal à dor da labuta diária, compensando enfim não apenas viver, mas deixar que a arte viva em mim.


Preciso de vocês,
Como a sonata precisa das pausas,
Como as pausas do silêncio
Assim com o silêncio do tempo.





Temo estar sentindo certos amores incertos

E não ter a certeza nem a coragem de acertar
Anseio teus lábios libertos
Desconhecendo todo o medo de te tocar
Encontro em você meu reflexo
Perdendo-me ao poder te enxergar
Amar-te é alçar livre voo
Sumir de mim para encontrar-me em ti
E estar em ti, para meu sonho findar.


Ser muito, no meu pouco, ser
Ser nada, para o meu nada, ser
Ser tanto, para o meu canto, ser
Ser seda, asperamente, ser

Existir, para simplesmente, ser.























Vens sem hora para chegar...
Vais sem tempo de voltar...
Querer-te, e não ter o ensejo de te tocar
Amar-te, para acolher-te ao regressar.


Escrito por: Raniere de Carvalho


Não mais que depressa
Escorre a graça de menina
Esvai, e carrega consigo a petulância da adolescência
Dez, dez partes dela depositadas no mundo
Sucumbiu seu pouco, parar dar-lhes o todo
Sem cessar desgastou-se, sofreu e amou,
Então vos diz
Com suas secundinas palavras
Que para si basta ser honrada
Até que seu ultimo sussurro
Seja ouvido no escuro.

Crê, esta enojada criatura a teu lado mora
Te ilude e cega
Depois que tua alma dilacera
Te consome as forças e te joga fora
É esta vil, cretina, desvairada
Que te acaricia e corta
E te atira, para em pranto entregar-te
Meu caro, não te retardeis
São os que mais confias
Que mostram a língua bipartida
Tomeis cuidado com esta carnificina
Quando nada de ti restar
Facilmente é feita a troca
Retoma o ciclo,espreita
Para efetuar outro sofrimento ao fim da rota.
(Raniere de Carvalho)


Olho, impetuosamente,me emociono e choro - se esta criança cobre o rosto com fome e desgosto.
Escrito por: Raniere de Carvalho




Meus loucos pensamentos começaram
Emergem sem tempo de controlar
Bagunçam minha mente, o seu vil lar
Em combate a tudo que dissiparam

À luz das idéias enfurecidas
Alastrando pavor ao raciocínio
Sem se preocupar com seu fascínio
Controlando a aflição das feridas

Ponho tudo no papel, me amenizo
Escoam palavras a deslizar
Suavemente, como a fina bruma

Emudece o verso ao soar do guizo
Uma onda quebra novamente ao mar
Faz-se poesia, e, vês, tudo se apruma


(Raniere de Carvalho e Vitor Fernandes)


Vivemos em um mundo de supérfluos, que imbecilmente focam nos desprezíveis e meros detalhes, abandonando de vez a verdadeira essência que há por trás de todos os atos.
Raniere de Carvalho


Lépido, passa o tempo
Das mãos escorre fugaz
Com tudo, nos encarcera
Tornando-nos escravos
De suas despercebidas presas
Tu, que tudo queres controlar
Controla tua ira
Abranda tua prepotência
Que incrédulo te tornas
Quando usas tua demência.

(Raniere de Carvalho)


Hoje em dia temos a minoria que preza pela sabedoria, conseqüentemente temos a grande massa que exalta a vulgaridade, a imbecilidade e a pobreza espiritual.

Escrito por: Raniere de Carvalho



A esta sociedade putrefata, que tomou o sexo como causa e deixou o amor apenas como consequência, desejo meus pêsames.

Escrito por: Raniere de Carvalho


Fiz com que minha cabeça pensasse que sou inabalável,enquanto o que é inabalável é meu pensamento, que é indestrutível, e intocável.
(Raniere de Carvalho)

Exala teu perfume!
Oh doce, e sempre humilde criatura,
Contemplo-te, és o cume
Não há em outra tão bela formosura.

Momento sagrado,
De tudo és perfeição!
De nada desvio o olhar pactuado
Contentando-me sem ter-te nas mãos.

Apenas seja agitada pelo vento,
Mas que nenhuma pétala seja arrancada ao relento
Ainda, sejas rosa.

Mesmo que tu murches, heroína!
Sucumbindo pela rotina,
Sejas a rosa de todas as rosas.
(Raniere de Carvalho)