O tempo passa despercebidamente, e cada vez mais tu foges, tu foges de si, dos teus sonhos, do teu reflexo. O teu medo faz com que tu te afastes e você ainda prefere viver como um foragido à encarar o próprio olhar.

Erguem as vozes da minh’alma
Ao ver-te o céu rasgar
Corpo celeste, meu clarão
Desejo frequente, de toda escuridão passageira
Enche-me com tua luz viva
Que seja breve
Mas que tu nasças a cada crepúsculo
Que te contemplarei sem escrúpulo


É impressionante como a vida encontra maneiras de nos mostrar o rumo da nossa história, e não, nós não podemos evitar. Ela me proporcionou um espetáculo que provou que a minha realização vital é a arte, levando-me a refletir. Eu existo porque a arte vive e rege meus dias. O prazer propiciado pelo soar de um aplauso é colossal à dor da labuta diária, compensando enfim não apenas viver, mas deixar que a arte viva em mim.


Preciso de vocês,
Como a sonata precisa das pausas,
Como as pausas do silêncio
Assim com o silêncio do tempo.





Temo estar sentindo certos amores incertos

E não ter a certeza nem a coragem de acertar
Anseio teus lábios libertos
Desconhecendo todo o medo de te tocar
Encontro em você meu reflexo
Perdendo-me ao poder te enxergar
Amar-te é alçar livre voo
Sumir de mim para encontrar-me em ti
E estar em ti, para meu sonho findar.


Ser muito, no meu pouco, ser
Ser nada, para o meu nada, ser
Ser tanto, para o meu canto, ser
Ser seda, asperamente, ser

Existir, para simplesmente, ser.























Vens sem hora para chegar...
Vais sem tempo de voltar...
Querer-te, e não ter o ensejo de te tocar
Amar-te, para acolher-te ao regressar.


Escrito por: Raniere de Carvalho